quinta-feira, 12 de junho de 2014

Diego Costa: O homem que escolheu o caminho mais difícil


São inúmeros os casos de futebolistas brasileiros que, perante a dificuldade para jogar pelo escrete, naturalizam-se por outros países, onde se podem tornar verdadeiramente relevantes. Deco, Pepe e Liedson fizeram-no para representar Portugal, assim como Marcos Senna o fez anteriormente por Espanha e Thiago Motta por Itália, entre outros.

Diego Costa é um caso diferente. Ele não optou pelo mais fácil. Podia ter evitado uma sempre polémica naturalização, mas não o fez. Como disse Luiz Felipe Scolari, «virou as costas ao sonho de milhões de brasileiros».

Poderia ter optado pelo seu país, onde não existem opções tão fortes para o lugar de ponta-de-lança como no passado. Fred e Jô, avançados de Fluminense e Atlético Mineiro, respetivamente, jogam no competitivo campeonato brasileiro, mas que não tem a qualidade, intensidade e disciplina das principais ligas europeias. Diego Costa teria as portas da titularidade escancaradas, mas declinou a situação.

Curiosamente, escolheu a seleção espanhola, que pauta por jogar muitas vezes… sem ponta-de-lança. Fàbregas é por diversas ocasiões o falso 9, e não é de esperar que Vicente Del Bosque abdique tantas vezes quanto isso de uma escolha que já lhe deu imensos triunfos.

Poder-se-ia, eventualmente, criticar o avançado do Atlético Madrid por ter escolhido a equipa nacional que mais possibilidade terá de vencer o Mundial-2014. Mas a jogar em casa, depois da vitória na Taça das Confederações e pela potência futebolística que é, neste momento o Brasil é tão ou mais favorito que la roja.

A 13 de julho já saberemos se a decisão impopular e teoricamente desfavorável que Diego Costa tomou para si próprio, valeu ou não a pena.