quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

E o vencedor é Messi




 Depois de meses a fio de discussão o espetáculo mediático chegou ao fim, Messi arrecadou a quarta Bola de Ouro consecutiva e relegou Ronaldo para o segundo lugar. Por uns meses não se ouvirá falar sobre quem será o melhor do mundo em 2013.

 Escrevo este artigo como português, daqueles que o clube estrangeiro preferido varia consoantes os "tugas" que dele fazem parte. Nos últimos tempos o R. Madrid tem sido a minha segunda equipa, os golos de Ronaldo e as declarações de Mourinho são seguidas com toda a atenção, pois estamos a falar do meu jogador e treinador de eleição.

 Contudo, não acompanho futebol com filtros "Made in Portugal" nos olhos, que corriam o risco de me alterar a visão para uma realidade mais pomposa, em que quem quer que seja pelo simples facto de ser português já tem mais méritos que os adversários. Esta cegueira portuguesinha  distorce bastante a análise futebolística - com os nosso jornais desportivos a contribuírem bastante.

 Lionel Messi estabeleceu o "poker" de Bolas de Ouro de forma justíssima. Bateu um recorde de golos que parecia inalcançável (e que perdurará na história por muito tempo), finalmente assumiu-se na seleção ( 12 golos em 9 jogos e um hattrick ao Brasil), e o mais importante de tudo, continuou a espalhar genialidade e a deliciar todos os que gostam de futebol. É um tormento roubar-lhe a bola que não descola do seu pé esquerdo, tal como um mágico ele prevê qual o movimento que o defesa fará, coloca a "redondinha" onde quer para quem quer, para além dos golos as assistências são inúmeras as lesões nenhumas, e a regularidade é impressionante. Se o argentino marca apenas um, há desilusão entre os adeptos, porque com ele a fasquia é altíssima.

 Cristiano Ronaldo fez mais uma época impressionante, comandou os madrilenos a um título espanhol cheio de recordes (golos, pontos e um super adversário), foi hostilizado em diversos estádios e a isso respondeu com golos atrás de golos, pé esquerdo, direito, cabeça, a bola entrou de todas as formas. Tudo isto tornou-se mais espetacular pela regularidade e força mental que o número sete mostrou ao assumir-se como o comandante do onze, aquele homem que quando as coisas correm mal os restantes dez sabem que podem contar para levar a equipa em frente e decidir o jogo. Superou Messi em títulos (a Liga Espanhola tem uma importância incomparável à Taça do Rei, e ainda há mais uma Supertaça), mas mesmo assim para se afirmar como principal favorito precisava ter ganho ou a Champions ou o Europeu, esteve ás portas de ganhar ambos mas morreu na praia.

 Repito e volto a repetir, o que o nosso português fez é extraordinário, tivesse ele Ronaldinho, Zidane, Van Basten ou Platini como adversários e o seu currículo já contava com quatros Bolas de Ouro. A questão é que o opositor é um argentino que nem chega ao metro e setenta, mas que em qualidade futebolística está anos luz à frente desta realidade. Superá-lo é praticamente impossível.

P.S- Se  Messi fosse português ou  Ronaldo estrangeiro, teriam os portugueses usado tantos argumentos para justificar a vitória do ex-Manchester United? Não, claro que não


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