quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sonho, realidade e futuro



A conquista de sábado passado do Chelsea marca o sucesso de um projecto futebolístico que parecia há muito (leia-se desde José Mourinho) moribundo. O "novo" colosso da capital londrina passou as ultimas temporadas a ver a tão desejada consagração europeia fugir, mesmo nos seus melhores momentos, num patamar de exigência o qual nunca conseguiu ultrapasssar.

O simbolismo do penalty falhado por John Terry na final de Moscovo, parecia ser o reflexo de uma triste sina de um projecto que perdeu muito do seu fulgor com a saída do técnico português pela porta pequena. O eixo começado a desenhar com José Mourinho em 2004/2005, conseguiu assim nesta final, frente a um favorito Bayern, colocar na montra da história o projecto "Abramovich".
Cech, Terry, Lampard e Drogba, surgem em 2012 como figuras menos consensuais, mas que se souberam, numa das piores temporadas dos últimos anos a nível interno, reinventar numa ponta final de temporada, sob a batuta de um homem da casa, Di Matteo.
Para o futuro fica a tão prometida renovação, com um previsível quebrar definitivo para com o eixo clubístico formado desde a era Mourinho, mas que provavelmente será ainda o pilar da construção de algo novo.
A contratação de André Vilas Boas, chegada de Mata, Ramires, David Luiz e Torres sobretudo, resultaram em tentativas de aproximação dos blues a uma forma de jogar diferente, desenhando um futuro de ruptura para com o projecto anterior. A integração deste novo modelo não funcionou claramente, voltando com Di Matteo o Chelsea a apostar forte num futebol seguro, apoiado nas transições rápidas e na solidez, com aposta clara em nomes como Lampard e Drogba, que teimosamente se sentavam no banco nos ultimos tempos. Ver Lampard jogar a final de 2012 fez esquecer qualquer adepto a sua idade, a temporada apagada, ou mesmo os largos minutos em que se sentou no banco de suplentes com André Vilas Boas. De Drogba há pouco mais a dizer... alma futebolistica dos grandes jogadores. Uma cabeçada bastou para escrever o nome nas estrelas do futebol. Ganhou o que tanto lhe escapara ao longo da carreira, um título internacional, a ele, bem como a Terry e Lampard.
Para o futuro, Drogba já traçou o seu destino. Irá deixar Londres rumo a outras paragens, findo que está o objectivo de uma carreira, quase 6 anos adiado entre épocas menos conseguidas e passagem de treinadores mal amados. Para Terry e Lampard é hora de continuar a ser bandeira do clube, cada vez mais ao lado que colegas que não foram os mesmos de sempre, mas com a mesma ambição e espírito vencedor. Para 2012/2013 chegarão Marko Marin e De Bruyne, mas certamente outros se lhes seguiram, juntando-se a Ramires, David Luiz, Cahill, Torres e Juan Mata na construção do tão desejado novo Chelsea. O que não voltará por certo a acontecer será a quebra para com os valores do clube, para com a mística transportada pelos eternos capitães de uma instituição que consegue, mesmo aparentemente moribunda, escrever o nome entre as estrelas.


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