sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ainda se lembra...de Tomas Brolin

Para o final da semana guardamos um jogador, que apesar de ter deixado cedo os relvados tem muito para contar, para além de ter conduzido a Suécia aos seus patamares mais altos nos anos 90.


Uma carreira precoce

Per Tomas Brolin, nasceu a 29 de Novembro de 1969 em Hudiksvall. Em 1984 com uns meros 14 anos teve o seu primeiro jogo oficial como profissional, ao serviço do Näsvikens IK, onde realizou 36 encontros e permaneceu duas temporadas. Brolin inscreveu-se depois na academia Fotbollsgymnasiet na cidade de Sundsvall em 1986, instituto esse que lhe permitiu fazer a sua formação académica e como futebolista. Não foi por isso de estranhar que um ano volvido tivesse assinado contrato com o GIF Sundsvall, tendo como adversário na estreia o IF Elfsborg. Em 1990, o avançado assinaria pelo IFK Norrokping, por onde teve uma passagem de meses, já que pouco depois abandonaria a Suécia.


Parma e a fatídica lesão

Com 20 anos Tomas Brolin aterrava em Itália para jogar pelo Parma, que tinha acabado de ser promovido à Serie A, e que contava com o também jovem Alessandro Melli, que em conjunto com Brolin fariam uma dupla de sucesso, marcando entre ambos 20 golos, 13 de Melli e 7 de Brolin, o que levaria o Parma ao quinto lugar no fim do campeonato e o apuramento histórico da primeira presença nas competições europeias. Se a estreia no Calcio tinha sido promissora, a segunda temporada não podia correr melhor. Brolin foi titular nos 34 jogos, marcou quatro golos e o Parma terminou no sexto lugar, mas acabaria por vencer a Taça de Itália ao derrotar na final a Juventus por 2-1, no total das duas mãos, em mais um triunfo inédito da equipa. Em 1992 a formação gialloblu, fez chegar ao seu plantel dois jogadores de renome, o argentino Sérgio Berti e o colombiano Faustino Asprilla. Estes elementos juntaram-se a Brolin, Grün e ao guarda-redes Taffarel, ora naquela altura apenas três jogadores que não fossem de nacionalidade italiana poderiam actuar no onze inicial. Brolin que até aí havia sido titular indiscutível na frente de ataque com Melli, viu o técnico Névio Scala colocá-lo no banco a maior parte da época em detrimento de Asprilla. O Parma conquistaria a Taça das Taças, derrotando na final em Wembley, o Royal Antuérpia por 3-1, e a Supertaça Europeia, isto levou a um maior reforço da equipa para a temporada seguinte. Estávamos em 1993 e chegavam ao clube Massimo Crippa e Gianfranco Zola, que colocou ainda mais em risco o espaço do jogador sueco na equipa. Brolin passou então a jogar no meio campo, deixando a ofensiva para Zola e Asprilla. A nível europeu o Parma voltaria a chegar à final da Taça das Taças, derrotando entre outros o Ajax e o Benfica, mas na final de Copenhaga e apesar de uma bola de Brolin ter acertado em cheio no poste já nos minutos finais, seria o Arsenal a vencer por 1-0. A 16 de Novembro de 1994, num jogo de qualificação para o Euro 96, Tomas Brolin partiu o pé naquela que seria a sua única e grave lesão na carreira. Numa altura em que o Parma estava a dois pontos da Juventus, que viria a sagrar-se campeã. Brolin regressaria apenas a 23 de Maio, já com os gialloblu a oito pontos de distância, para além da lesão, o avançado sueco viria a ser expulso pela primeira vez na sua carreira, na última partida do campeonato frente ao Nápoles, com somente vinte e três minutos decorridos. 1995 trouxe mais um reforço de peso para Parma, Hristo Stoichkov chegava e cada vez mais Brolin ficava sem margem de manobra, apesar de ainda ter efectuado alguns jogos Brolin percebeu, que já não havia lugar para ele e após cinco anos em Itália decidiu partir para jogar jogar com maior regularidade.


Olá e adeus Inglaterra

A chegada a Leeds aconteceu a 17 de Novembro de 1995, e a estreia de Brolin surgiu logo no dia seguinte, entrando como substituto na derrota da equipa por 2-1 frente ao Newcastle. Cedo se percebeu que o futuro de Brolin no clube não seria risonho, em duas épocas actuou somente por 20 ocasiões, tendo marcado quatro golos. A equipa não correspondeu às expectativas, e a 1 de Maio de 96, Brolin anunciou o seu regresso à Suécia para uma cirurgia no tornozelo. No regresso da nova época o técnico Howard Wilkinson disse-lhe para procurar outro clube, mas nenhuma proposta apareceu, até que em Agosto o Leeds decidiu em definitivo colocar Brolin no mercado, depois de ambas as partes entrarem em conflito. Seguiram-se dois empréstimos, o primeiro ao Zurique onde jogou apenas três jogos. Em Setembro o novo técnico do Leeds, George Graham queria de novo Brolin na equipa, mas este recusou-se a voltar levando o clube a fazer-lhe um ultimato.


Entre Parma e Leeds

A lesão contraída no tornozelo, impossibilitou a Tomas Brolin a mudança para a Sampdória e os médicos do Leeds, com receio de uma retirada precoce dos relvados observaram o atleta de forma a recuperá-lo para jogar de novo em Inglaterra. Estávamos em Dezembro de 1996, quando o próprio Brolin pagou 500 mil euros para ser emprestado ao Parma até final da época, onde efectuou onze partidas. A primeira seria apenas a 23 de Fevereiro de 97, depois de muitos treinos para recuperar a forma física, mas nunca se afirmou como titular, deixando claro aos dirigentes italianos que no fim da temporada não iriam assinar contrato com ele. O último jogo foi a 1 de Junho, no triunfo por 2-1 sobre o Verona, que deixou os gialloblu no segundo lugar do campeonato. Como tal Brolin regressou a Leeds, mas os conflitos mantinham-se ao ponto de o clube o multar em 90 mil euros, por o sueco faltar um jogo para estar presente no funeral do pai. As hipóteses de ser emprestado ao Saragoça de Espanha e ao Hearts da Escócia, saíram furadas e o fim da relação com o Leeds dar-se-ia a 28 de Outubro de 1997. Mais tarde Brolin seria eleito pela revista Times e fãs ingleses, como o segundo pior jogador numa lista de 50, que actuaram no campeonato inglês.


Encerrar a carreira nas origens

Apesar de debelada a lesão no tornozelo, Tomas Brolin nunca mais conseguiu recuperar a forma física, isso não foi motivo suficiente para que o Crystal Palace ainda o colocasse à experiência na equipa durante duas semanas. No entanto jogaria somente treze jogos, um dos quais frente ao Leeds, onde seria substituído cinco minutos depois do apito inicial, após um choque com o português Bruno Ribeiro. O Crystal Palace desceu de divisão e em Maio de 1998, Brolin regressava ao seu país natal, para se despedir dos relvados com apenas 29 anos, actuando o último quarto de hora como guarda-redes num jogo do Hudiksvall frente ao Kiruna FF.


Sucesso na Suécia

Tomas Brolin e Martin Dahlin comandaram a Suécia na sua melhor decada de sempre. Depois das meias-finais do Euro 92, onde seriam derrotados pela Alemanha por 3-2, os jovens de amarelo, em conjunto com Henrik Larsson, Kennet Andersson, Jonas Thern, Stefan Scharwz e o guardião Ravelli, fariam um Mundial de 94 fantástico. Com 23 anos Brolin estava em plena forma, um empate no jogo inaugural com os Camarões, não dava grande ânimo aos suecos, mas a vitória frente à Rússia e o empate com o Brasil, colocava-os na fase seguinte. O triunfo por 3-2 nos quartos de final frente aos romenos, levava a Suécia a novo encontro com os brasileiros nas meias finais, onde perderiam por 2-1. No entanto a formação nórdica acabaria num brilhante terceiro lugar ao golear a Bulgária por 4-0. A grave lesão contraída em 94, impossibilitou Brolin de dar o seu contributo à equipa durante o apuramento para o Euro 96, que acabaria por não ser alcançado.


Veja o vídeo do melhor de Tomas Brolin no Euro 92






Palmarés

Tomas Brolin fez um total de 280 jogos e marcou 54 golos, pelos nove clubes por onde passou, enquanto pela Suécia o avançado marcou por 26 vezes, que seriam depois convertidas em 27, já que Brolin reclamaria para si um golo atribuído ao colega de equipa Roland Nilson, tendo sido chamado por 47 ocasiões.

2 comentários:

Bruno Borges disse...

Que magnifico jogador!

Kiko disse...

Acabou muito cedo a carreira.. tipo o mantorras é o Brolin africano lol