sábado, 7 de junho de 2008

Pepe e Raul Meireles colocam Portugal em delírio

Portugal estreou-se com o pé direito no Campeonato da Europa ao vencer por 2-0 a selecção da Turquia. Os golos foram apontados por Pepe (aos 61 minutos) e Raul Meireles (aos 92), e pelo meio a selecção nacional ainda fez embater por quatro vezes as bolas nos ferros da baliza turca. Com esta vitória Portugal assumiu a liderança do grupo A com três pontos, ainda que em igualdade de circunstâncias com a República Checa, que venceu no outro jogo a Suíça por 1-0 (golo de Vaclav Sverkos aos 70 minutos).

Numa partida bem disputada, a selecção portuguesa comandou as operações desde o apito inicial, e raras foram as vezes que a Turquia conseguiu criar perigo para a baliza defendida por Ricardo.

Ficha do jogo

PORTUGAL 2 x 0 TURQUIA
Estádio: Stade de Geneve.
Data: 07/06/2008
Árbitro: Herbert Fandel (ALE)

Equipas:

Portugal: Ricardo, Bosingwa, Pepe, Ricardo Carvalho e Paulo Ferreira; João Moutinho, Petit, Deco (Fernando Meira), Cristiano Ronaldo e Simão (Raul Meireles); Nuno Gomes (Nani).
Treinador: Scolari

Turquia: Volkan, Hamit Altintop (Semih Sentürk), Servet Cetin, Hakan Balta e Sabri; Kazim Kazim, Mehmet Aurélio, Gökhan Zan (Emre Asik) e Mervlut Erdinc (Sabri Sarioglu); Nihat Kahveci e Tuncay Sanli.
Treinador: Fatih Terim

Cartões amarelos: Kazim Kazim, Zan e Sarioglu

Golos: Pepe, aos 16 minutos, e Raul Meireles, aos 92 minutos

1 comentário:

Bruno Pinto disse...

Finalmente aí está o Campeonato da Europa de Futebol. Para quem adora futebol, a altura destas grandes competições internacionais são, de facto, o auge dessa paixão. Portugal, à procura da glória que lhe tem escapado por muito pouco, teve uma estreia auspiciosa, derrotando a Turquia, em Genebra, por 2 - 0. E pode dizer-se que o resultado foi escasso para aquilo que os 'Viriatos' produziram nos noventa minutos.

Portugal fez uma óptima exibição, perante a selecção do grupo tida, à partida, como a mais difícil de bater. De facto, a exibição colectiva lusa foi até algo surpreendente, se tivermos em conta a fase de apuramento sofrível e as dúvidas que existiram nos últimos tempos em redor da equipa. Domínio absoluto do jogo, futebol bonito e envolvente, procura constante do golo, poucas ou nenhumas veleidades concedidas ao ataque turco, alguns magníficos desempenhos individuais. Tudo somado resultou numa vitória incontestável, que convenceu não só os portugueses, como a generalidade da imprensa europeia. Todos os jogadores estiveram em bom plano, com particular destaque para três homens: João Moutinho, Pepe e Deco. Os golos apenas surgiram no segundo tempo, embora pudessem ter acontecido mais cedo, caso a pontaria não estivesse particularmente direccionada para os postes.

Scolari apresentou o habitual sistema 4-3-3, sem qualquer surpresa no onze inicial. Acabou por acertar em todas essas opções, já que todos cumpriram o seu papel de forma adequada. Apenas um reparo: a substituição de Nuno Gomes por Nani e a passagem de Ronaldo para avançado-centro, após o tento inaugural, não me pareceu uma boa solução. A partir daí Portugal recuou em demasia sem necessidade e teve menos bola, expondo-se mais a um lance fortuito que pudesse resultar no empate, quando poderia ter perfeitamente mantido a mesma toada. Mesmo que optasse por um normal abrandamento, poderia tê-lo feito mais longe da nossa baliza, até porque os turcos nunca contituíram uma verdadeira ameaça para as redes de Ricardo. No entanto, a lei do mais forte imperou e Portugal deu uma demonstração de que é mesmo um dos principais favoritos a ser campeão da Europa. Em termos individuais somos fortíssimos. E a jogar assim, como um bloco homogéneo e entrosado, somos mesmo, na minha opinião, o candidato número 1.

Agora, um a um, a nota dos jogadores portugueses no jogo de ontem (0 a 10) e uma breve análise individual:
Ricardo (6): Jogo de pouco trabalho, que se resumiu a algumas saídas a cruzamentos fáceis e recolhas de alguns atrasos dos seus companheiros.
Bosingwa (6): Pleno de força e velocidade, foi intratável na defesa e apoiou o ataque de forma quase constante. Uma ou outra perda de bola, um ou outro passe falhado, não mancharam uma exibição de bom nível.
Pepe (8): Magnífica exibição do central 'merengue', coroada com um belo golo, surgido de uma das suas habituais subidas no terreno. Marcou ainda outro golo, anulado por fora-de-jogo e, na defesa, esteve sempre intransponível.
Ricardo Carvalho (7): A costumeira classe e serenidade, garantia de solidez e qualidade no centro da defesa. A experiência acumulada fazem dele um central calmo mas soberbo. Forma com Pepe a melhor dupla de centrais do torneio. Há dúvidas?
Paulo Ferreira (6): Muito bem a fechar o flanco esquerdo e a dobrar as subidas dos centrais, teve tempo para apoiar o ataque de forma pausada mas eficaz. Não é um jogador exuberante, mas sabe exactamente o que tem de fazer no relvado.
Petit (6): Bom jogo do trinco benfiquista. Funcionou bem à frente da defesa, quer a ocupar o espaço e a dificultar as trocas de bola turcas, quer a iniciar os ataques portugueses. Jogou simples mas sempre bem. Veloso está bem no banco e vai lá continuar.
João Moutinho (8): Enorme Moutinho. Do meu ponto de vista, foi o jogador mais valioso do encontro. Sempre em movimento, foi o jogador português que mais correu e isso reflectiu-se positivamente na sua actuação. Apareceu em todo o lado, recuperou bolas, participou com critério no jogo ofensivo, chegou a zonas de finalização e ainda teve tempo para assistir Meireles para o segundo golo. A defender e a atacar, é intenso, tecnicista, inteligente. É o verdadeiro médio do futebol moderno.
Deco (8): O verdadeiro Deco começa a ressurgir, depois de uma temporada desastrosa no Barcelona. Jogou e fez jogar, foi o cérebro da equipa, o toque de classe, além de ter estado permanentemente em acção. Por vezes, parece jogar de forma displicente e demasiado descontraída (errou 2/3 passes sem necessidade), mas o belo jogo de Portugal deveu-se muito à sua qualidade. Na retina, um fantástico passe de um flanco ao outro, executado de primeira.
Simão (7): Carrilou muitos lances ofensivos e foi sempre perigoso para o último reduto da Turquia. É um jogador rápido, de equipa, que solta a bola no momento certo e participa no processo ofensivo quase sempre correctamente.
Cristiano Ronaldo (7): Para um jogador do seu nível, fez um jogo mediano. Concentrou muitos adversários em seu redor e isso retirou-lhe espaço para ensaiar algumas das suas jogadas, mas em compensação libertou ou seus colegas e isso foi bem visível ao longo da partida. Ainda assim, enviou uma bola ao poste de livre directo, fez o passe para Moutinho na jogada do segundo golo e esteve sempre bastante interventivo.
Nuno Gomes (7): Uma bola no poste, outra na trave e uma assitência primorosa para Pepe inaugurar o marcador, foram os lances em que esteve mais em evidência. Belo jogo do capitão português, que foi substituído de forma prematura e incorrecta.
Nani (5): Entrou rápido e mexido, ensaiando algumas jogadas pelo lado direito. Numa fase de adiantamento turco, pôs sempre a defesa contrária em sentido. Sofreu uma entrada assustadora de Mehmet Aurélio, a pedir o vermelho, mas nem falta foi assinalada.
Raúl Meireles (6): Acabou com as ténues esperanças da Turquia, ao marcar o segundo golo mesmo ao cair do pano. O toque final foi o mais fácil, mas teve o mérito de ter acompanhado a jogada e dado a linha de passe a Mountinho. Uma opção credível sempre que fôr chamado.
Fernando Meira (-): Entrou apenas para fazer parte da ficha do jogo e somar mais uma internacionalização.

In paixaodofutebol.blogspot.com